sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Tratado de Simbólica.


Estou lendo "Tratado de Simbólica" de Mário Ferreira dos Santos, publicado pela É Realizações. Uma das coisas básicas que aprendemos com esse livro, é como a religião é tratada de forma ingênua, justamente por aqueles que assim a consideram. Estudando a simbologia, aprendemos como a religião está longe de ser, ao contrário do que muita gente ingenuamente pensa, apenas um "sistema de crenças", mas sim uma maneira profunda, filosófica, racional e intuitiva de compreender a existência. Por isso, o livro não é de fácil abordagem, nele Mário Ferreira estuda com todo o rigor necessário a simbólica e o pensamento de filósofos como Platão, Aristóteles e Pitágoras. Ele mostra, por exemplo, como no mundo das idéias de Platão, as formas ideais tem uma significante relação com as formas da realidade e com o mundo inexplicável do infinito por trás delas. Isso mostra que a filosofia de Platão está muito mais próxima de Aristóteles do que costuma-se dizer hoje em dia. Dito tudo isso em outras palavras: não deixem de ler esse livro!!!

Felipe Stefani.

Um comentário:

Marcelo Novaes disse...

Que legal!


Já tinha lido artigos do Mário Ferreira dos Santos e o livro deve ser "bebida forte". Vou correndo atrás. Se tem coisa de que os sistemas religiosos ( ou míticos, ou mítico-religiosos )não padecem é de "ingenuidade", pelo menos em suas estruturas. O alfabeto simbólico é sempre muito rico e cheio de implicações e reverberações. Curioso isso... Nunca vi Platão e Aristóteles como rivalizando. Até porque teria de haver uma ruptura, e não discipulado. Como a Escola de Mileto. Se Thales , Anaximandro, Anaxímenes, Parmênides, Empédocles e Heráclito falassem de coisas opostas e antagônicas ( e não tentassem achar a melhor expressão para uma mesma coisa...), não teríamos "escola". Mas um bando de vozes solitárias, que jamais constituiriam "escola" alguma...E alguns desses ( os três primeiros, certamente), constituíram uma linhagem de aprendizado. Um discipulado. Se em nada concordassem, não haveria "linhagem"...Sutileza e riqueza rimam com simbólica. E sei que Mário manda bem pra cara..mba.




Abraços, e valeu a dica.







Marcelo.