sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Colaborações: dois fotógrafos da novíssima geração.

Nilton Leal e Aline Vieira são dois fotógrafos de Recife, da novíssima geração, que tive o prazer de conhecer.São Influenciados pela paisagem, pela luz e pela arte da região, como mostram essas pequenas apresentações que fizeram de si mesmos e que valem mais do que qualquer introdução minha:




NILTON LEAL


"Eu não vivo, eu sinto.
Saudades, tristezas, alegrias: eu sinto!
Sinto como um cego sente,
Sinto enquanto ainda posso sentir.
Esse é meu maior presente, minha dádiva,
O que me mantém vivo, mantém-me de pé:
Sentir!"





ALINE VIEIRA

"Sou o relógio desajustado
O ponteiro grande da teimosia
O ponteiro pequeno da incerteza
Sou o segundo da nostalgia

Alguém que por meio da "luz" e poesia
tenta "exprimir" o pensamento"





Mais fotos de Aline Vieira aqui: http://www.flickr.com/photos/by_linevieira/

Mais fotos de Nilton Leal aqui: http://www.flickr.com/photos/lealphotos/

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Cronópios no premio IBest.

O Cronópios http://www.cronopios.com.br/ é hoje, sem duvida, o site mais dinâmico de literatura no Brasil, sendo uma excelente vitrine para nossos escritores na Internet, além de publicar também novos escritores de outras partes do mundo. Com um trabalho de edição gráfica sofisticado e original, contando também com entrevistas na TV Cronópios e uma seção especial para crianças, o Cronópinhos, além de um grande time de colunistas. O que eu gosto neste site é a abertura para diferentes tipos de escritores e formas de pensar na literatura contemporânea.
Por tudo isso eu recomendo que votem nesse grande site no Premio IBest, eles realmente merecem : http://www.premioibest.com.br/ibest/categoria.action?id=9

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Poemas e Desenhos de Felipe Stefani.

O acorde da noite
mais uma vez tombou
sobre meu corpo migrante,
e sendo a música a vastidão no instante,
deixei-me sonhar em volta dela.

Ela que me tocou na noite,
na correnteza de músicas estranhas,
como mar revolto entre as sombras dos naufrágios.

E navegamos,
sacrificando o mar, multiplicando as margens,
a infinita música dos presságios,
exilados nessa travessia,
onde somente as estrelas morrem por nós.


Eu vi o escasso tempo de malabarismos juvenis
A estalar a seiva acidentada da tarde,
A aurora pura entrelaçada ao meu próprio sono
Nos instantes precários de um segredo vago.

Na oblíqua solidez dos corpos
Abre-se a rosa inicial sem nome, turva e casta,
Impura como a brisa imaculada dos sonhos, da voz,
Em uma espécie de chamado.

Eu vi o estrondo de uma gloriosa infância,
A alegria que em mim eram crianças cintilantes,
Na tarde volúvel, onde o mar, em silêncio maior,
Faz dos corpos uma presença errante.

Devo amar calado o triunfo crepuscular da juventude,
Seus beijos ao mar e sua oferenda de mistérios,
Na rosa oblíqua de um chamado puro,
Na vastidão precária dos instantes.

Eu vi tudo isso e amei, sendo eu mesmo uma oferenda eclusa
Aos mistérios juvenis, que desafiam os segredos do mar.




Mais Poemas de Felipe Stefani, neste link: http://www.cronopios.com.br/site/poesia.asp?id=2978
Mais desenhos dele, aqui: www.pbase.com/sodesenho/felipe_stefani

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Pequena Crônica; Itamambuca.


As ondas abriam longos trilhos espirituais, era assim que sempre as compreendi, espécie de dança, somos artistas de nós mesmos, decifrando braços cósmicos, as ondas. Vi um com as pernas retraídas descendo a onda como um albatroz sobre um pranchão antigo, a espuma envolveu-lhe e de súbito reergueu-se em sua constelação.
Itamambuca tinha areia dourada, cercada por montanhas, tudo era uma floresta mística. Todo o cosmos se condensara em seu ventre, nessa forma de se diluir no universo.
Quem disse que os Deuses querem triste seu Olimpo, mas nunca uma alegria vulgar, muito humana e assim era Itamambuca.
No costão esquerdo, sobre o paredão de pedras, a mata era densa, ali tinha um caminho que desvelamos na adolescência, que levava a uma pequena praia atemporal, a prainha. No costão esquerdo, as ondas, repentinas, curvavam-se sobre as pedras submersas, relâmpagos azuis, curvavam-se tão plenas, que era possível se abrigar em seu útero. Eu descia essas paredes como entregando o espírito, para ser em arte, idéia e pensamento. Lemos as ondas com o corpo, na dança, na arte, movimento cósmico.
As tartarugas vinham respirar ao nosso lado, rainhas marítimas, os cientistas dizem que descendem dos dinossauros. Então também éramos Dinossauros.
Tinha um pássaro vermelho, todo o corpo vermelho. Para mim ele era um Deus, intangível a filosofia.
Quando éramos adolescentes, combinávamos ficar acordados, assistíamos a vídeos de rock, kung-fu, bebíamos coca-cola, alguns resistiam, íamos ver o sol nascer, sonhávamos, estávamos no mundo. O mar, montanhas, vento, astros, isso é o mundo, e com o tempo, aprendi a ser artista nas paredes das ondas, aprimorei essa arte. É uma música inspirada, uma dança aérea, um vôo. O homem e seu balé, humano, espaço estético, a palma do mundo oferecendo seu fluxo, seu movimento. Os maiores artistas foram os melhores leitores, na escritura divina das ondas. Mesmo nos tempos modernos onde se quebra sutilmente a harmonia, a música continua límpida.
Acho que hoje sou um melhor artesão, ao falar dos trilhos líricos, ao compor suas citaras e reverberar na música do cosmos, pelas ondas condicionado, por tantos anos em seus braços, busco a harmonia com as vagas, vou esculpir a arte e rastrear o útero deste movimento marítimo, os tubos. O coração reverbera séculos de humanidade e dor, o apelo da arte e da busca, incessante, pela liberdade. Estamos sempre pelo mundo condicionados e dançamos. A liberdade é um caminho.

Felipe Stefani, Itamambuca; 2007.

Desenho do Autor.

Poemas de Felipe Stefani, neste link: http://www.cronopios.com.br/site/poesia.asp?id=2978

Mais desenhos dele, aqui: www.pbase.com/sodesenho/felipe_stefani

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Composição


Foto: Felipe Stefani.
Aquarelas: Dudi Maia Rosa.







terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

A Dança Primordial

Poemas de Felipe Stefani no Cronopios


(...)
Estou completo em minhas paisagens

(...)
O sonho não é sonho,
A memória não é memória.
Há sempre um Deus a redizer a história.

http://www.cronopios.com.br/site/poesia.asp?id=2978

Li e recomendo!!

Ribeiro Eiras