sábado, 1 de dezembro de 2007

Artesão de Imagens

O cinema clássico, da década de vinte até começos dos anos cinqüenta, é tão de diferente do cinema contemporâneo, que às vezes fica difícil para nós percebermos onde está a genialidade desses filmes antigos. Pelo menos eu tive um pouco dessa dificuldade. Talvez, depois de tanto experimentalismo no cinema, a partir da Nouvelle vague, nós desaprendemos um pouco a apreciar os verdadeiros artesões do cinema clássico.
Fritz Lang foi um desses artesãos; só quem percebe as sutilezas da lapidação desse mestre de imagens pode perceber beleza em seus filmes. Sua influência no cinema a partir da década de cinqüenta é imensa. Todo mundo que ama o cinema deveria ver seus filmes.
Eu recomendo sua fase hollywoodiana que pouca gente dá atenção, mas que é tão boa quanto a fase européia.

Um comentário:

romulo de almeida portella disse...

Descobrir a artesania dos filmes e a arte, tanto de suas equipes como a de seus diretores, é algo que fascina.

Pois naquela obra, aparentemente fechada, terminada, achá-la se fazendo, se propondo, é vê-la acontecendo com a ação do nosso olhar. É descobrir esse olhar, sua relação de inteligência, e criação com algo ( no caso a deslumbrante arte cinematográfica)que se mostra em seu fazer, em seu acontecer.

Gostei de você se referir às dificuldades que podem se impor ao nosso olhar, e nosso gosto,em relação aos filmes de Fritz Lang, e outros.

Gostei, pois teu " post", ao admitir isso, deixa-me alerta, às riquezas e artes que repousam nos seus filmes.

Você nos alerta que elas existem, precisamos nos relacionar, descobrir.

Também acho bom essa pequena nota sobre como o experimentalismo nos acostumou à linguagens diversas dos paradigmas clássicos, mesmo que não concorde a não ser em parte.

Sim, porque o experimentalismo da nouvelle vague, como foi citado, em muito bebeu dessa fonte. Mas sei de que falas sim. Sei que falas de como certas feições experimentais nos afastaram da apreciação do fazer clássico.

Melhor! Temos que redescobrir! E isso, para quem faz arte, como escrever, é uma verdadeira lição. É só começar a reparar, por exemplo, nas intenções, e recursos, dispostos nas narrativas...para vermos como elas podem ajudar nas dobras ,e interioridades e formas literárias.

Voltarei ao assunto, claro que depois de assistir hoje À noite um Fritz Lang que tenho..."Vive-se Uma Só Vez"...produção hollywoodiana, com Henry Fonda e Silvia SIdney.

Abraço! Valeu! Obrigado ( não sabes como essa tarefa de (re)descoberta me estimula.