terça-feira, 29 de março de 2011

Duas Visões do Outono.




Vi um estranho
atravessar a rua,
seu vulto seco
escurecia o mar.
Seus braços não moviam,
era o mundo de sombras,
o pendulo que sorvia
o lastro da agonia.

Tarde de chumbo,
as ondas
retraem
o tempo.

Estrangeiro,
como essa flor,
por ser perpétua,
presa ao perene.

Cada passo
é morrer
contra o céu.

A Deus,
o estranho sou eu.






a
senda
rasgada
navalha
palmas
cortadas
a
Deus

se
o
Sol
cega
seja
guia
entre
brumas
labirintos
mudez

véu





Poemas de Felipe Stefani. Fotografias de Nilton Leal



Mais fotografias de Nilton Leal nesse link: www.flickr.com/photos/niltonleal

4 comentários:

Leo Lobos disse...

Mis saludos desde Santiago de Chile, caro poeta, un agrado de lectura-mirada, abrazo fraterno,

Leo Lobos

Lilly Falcão disse...

Imenso!

bonetti arquitetura disse...

Que beleza tua poesia, Felipe! Linkei teu blog no Longitudes, ok? Abraço!

Feérica "Psychedella" Fuzilêra disse...

Adeus ao léu.