domingo, 5 de dezembro de 2010

I



Imagino através das cítaras.
Ouço pelo esquecimento.

Levanto.

Respiro.

Sei que o mundo é imenso.




II



Como são abruptos
os sinos mudos do outono.

Violento,
o rasgo anterior
de um grito inaudível.

Tudo é sono.

Pois tudo tende,
de uma forma secreta,
contra as lacunas abismais do esquecimento.






***

Felipe stefani, Santos 2010.

3 comentários:

José Carlos Brandão disse...

Dois poemas de grande delicadeza e força. (Um poema não precisa muito para ser forte.)
Gostei, Felipe.
Abraços.

João Lima disse...

"Tudo é sono." Gostei muito, Felipe. Bons versos! Abs

João Lima disse...
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