sábado, 23 de janeiro de 2010

ÉBRIO

a noite levou-me qual ébrio furacão dentro do sono a casa o perfume nada sabia do silêncio unânime levava o vinho a janela do quarto negro negro minha treva me chamava madame colocava gelo no copo ah caminho vegetal de tentações mesquinhas na manhã abri as asas na revolta de um insone o vôo sobre a cidade a cidade a cidade a chaga imediata dos vícios deixei-a entorpecida pálpebra negra enquanto o sol faiscava uma loucura unânime migrei para as visões distantes a aurora e o beijo afundou-a até a doçura do sonho besta soberba no outro dia era um poeta




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Felipe Stefani

Um comentário:

Bruna Maria disse...

Olá! Estou conhecendo seu blog hoje.
O texto, desde o título até sua construção e desfecho, cumpre com estar (e nos deixar) ébrio(s).
Bem interessante.

Um abraço!