terça-feira, 14 de abril de 2009



No verso estou vivo, estou sonhando.
Trabalho por dentro, nalgum lugar noturno,
visto do alto lembra um supremo silêncio.
Onde às vezes chegam os mortos
há noites esplendorosas.

Fixo na idade da treva,
para alguém que me queime contra as eras do meu grito,
alguém com mãos antigas,
ao longo de sons sempre espantosos.

Por vezes trago um Deus, estremecido,
trago um mito por dentro.
Até alguém que me alcance do alto,
com as mãos quentes da noite
que se esgota nos mortos.

Tremo, escrevo, ardo, até fixar a treva.
A tristeza de Deus é um modo de ritmo.
Estou girando, em ilhas, quem me soletra
vem do alto e delira,
desde a distância até o fim do pensamento.



Poema e Desenho de Felipe Stefani.

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