sábado, 21 de fevereiro de 2009

Como operário no alfabeto das horas,
cumpri o enorme grito do meu nome,
dentro das florestas extraordinárias
da inocência.
Após a cerimônia da manhã interior,
que nos queima as entranhas,
ao meio-dia lancei-me faiscante para fora
dessa treva cheia de planetas espelhados.
Sobre a tarde de repente, atravessando oceanos vivos,
estendiam-se platôs exteriores,
centros gravitacionais mais quentes que o abismo
do meu vôo.

E teu sexo trilhava o coração e a raiz
desta noite sufocada de luz.

É isso o amor?
Uma prisão esplêndida.
No dentro e no fora da elegante
demência que naufraga,
sei que toca as partes vivas e a morte
do enlace onde nasce a musica.

E as estações nos moldam a chama
e a simetria,
até a luz além da luz da vida.


Felipe Stefani.

2 comentários:

Walmir disse...

amor não sei se é, oh mano. Mas paixão tem esse jeitão desatinado.
Paz e boa criação, blogueiro.

Priscila Manhães disse...

Gosto muito dos seus poemas, Felipe.
Um beijo.