segunda-feira, 8 de junho de 2009

A Árvore


A Marcelo Ariel


os signos do silêncio
remexem na fundura interior da primavera

escuta
apenas

pela luz
no sonho anterior dos mortos
a escuridão
por traz
outra escuridão

dentro da voz tudo está sonhando

nem podes imaginar os sons primaveris
sem se destroçar inteiro

basta os ciclos
as fontes

nas noites sôfregas o céu se espelha em laminas mudas
então pergunta-te
existo?
e se existo sou uma flor monstruosa

há nuvens que começam na ceifa
a árvore
o tempo

basta o toque da água nos subterrâneos

e recebe os mortos

a primavera





Felipe Stefani, Itamambuca, Ubatuba, Junho de 2009.

Um comentário:

Linda Graal disse...

coisa mais linda!!! que delicadeza de arrebentar o peito dos olhos!
beijo, querido