Após os poemas gregos, os poemas mágicos, inspirados pela leitura de Jung, a questão dos símbolos, o inconsciente, etc...
Os gregos voltarão em breve. A vida é cíclica.
André Setti
Ainda que um cavalo
transbordasse o verde elemento do sonho,
e pela noite sem tempo ele surgisse,
numeroso frente à ciranda,
o olho seria um relâmpago
a ver estrelas no infinito,
com o espírito retalhador das flechas,
do ritmo e do outono,
onde um cavalo é perseguido
pela casa arruinada dos símbolos
e sentam ambos à lareira,
devorando o fogo das eras,
nas centelhas irretocáveis do mito.
"O vinho é a lira do mundo", diz o cavalo,
para a cruel zombaria do sonho,
na casa arruinada do tempo,
fonte primeira do mundo.
André Setti
Ainda que um girassol
sangrasse no infinito
os violinos líricos
deste abandono,
a tarde enevoada de sombras,
com seus reis malabaristas,
veria renascer, ao longe,
no horizonte inalcançável dos mitos,
a violeta sagrada,
nua pela descoberta
de um idioma anterior ao sonho.
André Setti
Desenhando dragões chineses,
naufraguei o louco espelho do delírio,
pelas léguas estrangeiras de um homem,
ébrio em cada terra violenta
que abre com passos de relâmpago,
quando os dragões soam no sempre
do papel dançante,
um homem ergue uma muralha
entre ele e os dragões chineses,
no teatro estrangeiro que desenha
como uma bruma.
André Setti
Se uma roldana mágica
nos devolvesse o outono
rasgado pelo vento,
em cada verso
das begônias generosas do tempo
um louco compreendesse a embarcação,
e os doze girassóis tripulantes
iluminassem o naufrágio,
ao menos o abismo
teria belas alamedas,
entre as entranhas devoradas pela cólera
e o encanto.
André Setti
terça-feira, 18 de novembro de 2008
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2 comentários:
Pois est fase está muito boa mano blogueiro poeta. Vou, por aqui, lendo e recomendando.
Paz e bom humor, sempre.
mas estão estupendos, todos todos t-o-d-o-s...quase tilintando na curvatura da inteireza que me sobra...rs
beijoooooooooo
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