Uma forma de entender a historia da arte é como, depois do Renascimento, com maior liberdade para criação, aos poucos os artistas foram criando formas mais abstratas. Nessa pintura de Velázquez, Retrato do Poeta de Luiz de Góngora y Argote, a abstração geométrica que veio a tona no modernismo do séc. XX. Na pintura de Frans Hals, o tipo de destorção, de uma abstração parecida com a o impressionismo do séc.IX.
Na Idade Media, a arte era concebida principalmente como representação da simbologia religiosa, tinha muito menos aspectos antropocêntricos, como aconteceu depois do Renascimento.
Vejo uma analogia parecida entre a arte egípcia, com suas formas simples e chapadas, e a arte helênica, mais abstrata, com um nível de entretenimento intelectual bem maior, típico do antropocentrismo.
É só uma maneira de conceber a historia da arte, que também não é uma historia linear, mas com certeza, mudaria muita coisa na visão contemporânea, se começássemos a perceber um pouco mais desse movimento cíclico, entre tradição e antropocentrismo.
Felipe Stefani.
2 comentários:
entre razão e emoção, entre racional e irracional...entre o clássico e o romântico. E cada vez que a noção de tempo acelera (com as tecnologias, com o novo sistema de trabalho) mais dificil fica pra quem estuda arte fechar este ciclo.
ps.: eu era facinada pela arte gótica até o dia em que vi pessoalmente e me coloquei no lugar de uma pessoa acostumada a ver as imagens chapada e que se depara com uma descida da cruz de Roger van der weiden...
Ps.:Velazquez era um gênio. Tive oportunidade de ver "as meninas" e digo que depois de ler Foucault e estudar espiral fibonacci não pe de surpreender que estagnei por pelo menos 30 min na frente dele. Mas no fim fico com hals. Ele apreende aquele exato momento...Aquele ápice!
Desculpa...mas estudantes de arte se empolgam...falaria mais 4345 parágrafos!
sou uma apaixonada pela história da arte... lindo post.
(e como não a ligar ao antropocentrismo, não encontrar seus traços nela, se somos nós (!) que a transformamos?)
* quando algum aluno me pergunta "pra que história da arte, 'fessora'?" - eu pacientemente: é a história da humanidade mostrada sem linhas.
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