A CASA
A mesa, o sonho, a voz.
O transbordar das ruas em minha vida fechada,
ou tudo o que desliza no ventre da idéia,
ou meu tempo de muros cercando árvores secretas.
No outono é onde os teus olhos correm
pelo espaço dançarino do nosso pensamento,
pois pesam juntos os corpos que queimam as casas,
e o pão sobre a mesa.
Mesmo que os centauros da aurora
levantem em nossa guerra
o pecado anterior ao pecado original.
E então oh, minhas aves ébrias
que respiram a benevolência de tuas mãos.
Morrerei de uma tristeza indizível,
pois a carne de tua boca terna no ouro vivo dos meus lábios breves.
Ou morrerei pela inocência.
Repito: vida.
***
Felipe Stefani, primavera 2010.
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
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3 comentários:
Existência, vezes efêmera; outras, quase agarramos com as mãos.
Que grande obra a sua, Felipe!
Abraço.
Muito bom!
Grande abraço.
Vejo suas coisas sempre. Creio que de várias maneiras. Por várias vozes.
Beijo.
Adriana
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