a noite incendiou-se
nos poros súbitos da epifania
corpo de raízes vermes
caules na água de um itinerário de assombros
corcel cego
o cio derrama-se no âmago sem margem
refletida febre galga
a escultura do delírio
e no semblante da orgia
com destino forasteiro entre
fleches de neon exílio
correntezas
a volúpia da dança
extenuante guarda no estigma das marés
precipício inominado
urdido à finitude da inexistência
enfim
tombando entre raízes de paisagens naufragadas da noite
celebraremos outra vez os meteoros
e findos
nascemos
...
Felipe Stefani, Abril de 2009, depois de uma noitada delirante.
Um comentário:
"precipício inominado
urdido à finitude da inexistência"
Nossa, adorei! Todo o poema.
Um beijo
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