sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
Lobos, Madrugada.
Não te deites com a volúpia presa aos dentes,
se pretendes despertar os lobos.
Madrugada,
o uivo sonda teus ossos.
Alquimia não consiste em acalentar o orgulho.
Os lobos sabem farejar as sombras,
violetas e asteróides
não envolvem seus mundos.
Sutileza,
presa acidentada dos cálculos,
a cidade tem uma cegueira acelerada,
os lobos avançam,
teu quarto tem extremidades impossíveis.
A volúpia brota de ossos cegos,
onde a vida, com seus lábios violetas,
não penetra.
Tu, cadáver de ti mesma,
volúpia acidentada,
não penetres a alquimia com asteróides cegos.
Os lobos te envolvem, no lado mais sutil do orgulho.
Madrugada
tem acordes turvos.
Deitas-te à cama,
o edifício encravado na cidade
não supõe teus lobos extremos.
Com volúpia, não calcules a cegueira
sem supor teus uivos.
Brotam nas sombras,
brotam nas ruas,
em espaços turvos,
no sorriso das cifras.
Avançam a madrugada em que te deitas,
cadavérica.
Farejam e, ao farejar, te despertam,
tão inesperada como um asteróide.
Poema e Desenho de Felipe Stefani.
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4 comentários:
Mano, teno cah dificuldades com os poemas, nunca os consegui. Nao sou feito de sinteses. O eu poetico em mim eh taciturno e arredio. Assim, vivo de admiracoes de quem o tem, aflorado.
agora sim: o poema me lembra de alguns do Pessoa, os mais formais, serios quase solenes..
beijos micael
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