sábado, 13 de setembro de 2008

Joseph de Maistre.


Estou lendo "Las Veladas de San Petersburgo" do filosofo francês Joseph de Maistre (1753-1821), livro que herdei do meu bisavô. O livro é feito de conversas filosóficas entre Joseph e mais dois amigos, durante seu exílio na cidade russa. É de uma sabedoria profunda. Meu bisavô, de quem herdei esse livro, era um carpinteiro em uma cidade do interior da Espanha, e também amante da filosofia, alem musico e pastor de ovelhas.Minha avó conta que enquanto ele se distraia tocando flauta os lobos caçavam suas ovelhas. Instigado pela história escrevi este poema:



O CARPINTEIRO

A Celestino Lagua


Não quis ser ninguém.
Almejei, nesta manhã de inverno,
Ter nascido com o nome eterno.
Seguem-me, mas não me tocam
Na hora mais remota.
Minha flauta é a flauta dos que sonham,
Desconheço a ovelha que foge do rebanho.

Sou carpinteiro das montanhas antigas,
Devo esquecer meu nome verdadeiro,
Os montes são vastos e nunca os abandono.
Ouvi dizer das cidades onde é feita a ciência,
Mas minha flauta é a flauta verdadeira,
De quem nada deseja de um nome
E dorme sob as figueiras
E perde suas ovelhas.



Felipe Stefani.

2 comentários:

Anônimo disse...

Lindo poema, linda história, vc é lindo! beijos

Anônimo disse...

Lindo poema, linda história, vc é lindo! beijos