A princípio não sabia por que estava colocando as pinturas do Georges de La Tour em composição com as gravuras japonesas, mas achei o contraste muito interessante. Talvez até ressalte o valor de um e de outro. Georges de La Tour é um pintor que, qualquer um que se diga amante da arte, tem que dar um mergulho profundo em sua obra. Este é um link que recomendo muito: http://www.abcgallery.com/L/latour/latour.html . É daqueles artistas em cuja a obra parece que toda história da arte está condensada. As tradições, a arte bizantina, o clássico, o modernismo, vejo tudo isso em suas telas, por isso me fascinam. Mas não só por isso, são de uma beleza extrema. Acho que, talvez, haja um olhar viciado depois da arte contemporânea. Nunca tive preconceito em relação a arte contemporânea, mas já tive com a arte mais antiga. Perdi esse preconceito quanto mais adentrei o passado. Acho que, só com esse mergulho profundo no passado, é que podemos nos livrar dos lugares comuns que andam permeando a arte hoje em dia, e aí sim, seguirmos em frente. A arte Barroca não é mais, para mim, “Arte Tradicional”, é uma arte que me emociona muito( no Barroco, prefiro a pintura à poesia). Tradicional é a arte medieval, ou a pré-helênica. Depois do Renascimento é que começa a era moderna, e o Barroco, é para mim, o auge dessa era, pelo menos na pintura. De La Tour, eu garanto, é um de seus maiores mestres. Acho que esse olhar viciado contemporâneo, a que me referi antes, é que impede alguns de ver a mesma beleza nessas obras, encontrando muito mais beleza em obras mais modernas. Para esses, é só treinar o olhar e a inteligência, porque a estética também está ligada a inteligência.
Felipe Stefani.
Felipe Stefani.
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